Era de solidão e de sonhos desfeitos o chão que pisara naquela noite. A janela que me segredara tão duras verdades prendia a minha atenção por momentos longos e mortos. No céu como na minha vida, um manto de nuvens cobriu as estrelas. E instantes depois, eis que o manto abrilhantou ruas, ruelas e casas com o reluzir das pingas quando tocadas pelas luzes cegas.
Olho ao meu redor. A escuridão quase me cega também mas, aos poucos, vou desenhando cada canto, cada objecto, cada sensação e cada memória. Da escuridão também fazemos luz, é o pensamento naufrago do mar da minha memória que dá a costa da minha consciência feita ilha perdida. Do mote faço acção, saída e dou aso ao instinto. Na rua vazia estou agora eu. Na noite cristalina também brilho eu. Acolhe-me a visão daquela janela, e de muitas outras também. Mas dos passos pausados faço uma dança sem compasso. Lembrei-me que sou livre, que do ponto final se constrói uma outra frase, se vira uma página, se embarca num novo capítulo. E a chuva mistura-se com as lágrimas num sorriso molhado que se estampa na face. Sou eu, de novo.
...
Nos lençóis da minha cama, que me acalora agora, deixo que a respiração confesse os meus medos. A chuva que dilui pecados, não esfuma receios. Mas os meus olhos, esses, fecho com esperança. Sou eu...
Olho ao meu redor. A escuridão quase me cega também mas, aos poucos, vou desenhando cada canto, cada objecto, cada sensação e cada memória. Da escuridão também fazemos luz, é o pensamento naufrago do mar da minha memória que dá a costa da minha consciência feita ilha perdida. Do mote faço acção, saída e dou aso ao instinto. Na rua vazia estou agora eu. Na noite cristalina também brilho eu. Acolhe-me a visão daquela janela, e de muitas outras também. Mas dos passos pausados faço uma dança sem compasso. Lembrei-me que sou livre, que do ponto final se constrói uma outra frase, se vira uma página, se embarca num novo capítulo. E a chuva mistura-se com as lágrimas num sorriso molhado que se estampa na face. Sou eu, de novo.
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Nos lençóis da minha cama, que me acalora agora, deixo que a respiração confesse os meus medos. A chuva que dilui pecados, não esfuma receios. Mas os meus olhos, esses, fecho com esperança. Sou eu...
p.s.: já faltava um texto assim, não? Continuação deste, num novo conto para estas paragens...
19 comentários:
Muito bom, o texto. De verdade!
Costumo dizer que por vezes temos cair fundo para ter coragem de mudar o rumo as coisas ...
É uma dura realidade, mas por vezes é necessário.
Um Grande Beijinho e Bom fds.
Sónia
Fantástico o texto...
Sinceramente estou sem palavras.
Beijinho enorme :)
Faltava sim..
Igual a ti mesmo :)
kiss*
Nos lençóis da minha cama, que me acalora agora, deixo que a respiração confesse os meus medos.
Ahh querido sei desses medos e te confesso que as vezes não quero me libertar deles.
Lindo texto, profundo.
Bjos de luz!
Já sentia falta , sim! Gosto quando escreves desta forma! :) tens de repetir com mais frequência ;)
beijinho
Nelson... :)
Simplesmente delicioso!
pronto, so pra nao repetir elogios e pra n me repetir a mim propria hoje nao digo nada ! LOL :D
***
"... deixo que a respiração confesse os meus medos."
Adoro!
Para cumprir uma regra do Código Deontológico dos Blogues (que não existe, mas se existisse, deveria lá estar esta regra)escrevi um post em resposta ao teu comentário no Post " Dos Clones" no site da Rita.
Gostei :)
Beijocas
É um prazer enorme te ler quando escreves textos assim ;)
A preguiça é vencida... olha o resultado! Lindo!
Jinhos :)
Lindo lindo lindo lindo!
A minha parte preferida é: "Lembrei-me que sou livre, que do ponto final se constrói uma outra frase, se vira uma página, se embarca num novo capítulo."
Apaixonei-me por essas palavras!
muito interessante! linguagem maleável, imagens inusitadas e originais! gostei muito!
parabéns pelo talento em trabalhares tão bem a palavra!
abraço
Não conhecia essa tua faceta...gostei imenso deste texto , texto com sentimento ...
bj
Lindo ;)
Bjoca*
Vou sair daqui com uma imensa pena de não publicares mais frequentemente textos lindos como este!
Beijinhos
Demorou, Nelson, mas saiu! Mais uma vez, muito bom. Tens que estabelecer um objectivo deste género: uma vez por semana, ofereces-nos uma prenda destas. Eu ia adorar...
Beijinhos :)
Excelente texto, gostei muito de o ler! Parabéns!
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