E o mundo muda

De quando em quando o mundo muda. O mundo que nunca adormece, acorda ainda assim. Acontece não por pura natureza, mas por natureza pura, daquela de que somos realmente somos feitos. Acontece quando o calor da mão que nos amparou se parece ter perdido no frio, quando o ombro amigo que nos amparou as lágrimas se parece ter perdido no vento. Acontece quando os sonhos de muita gente, os nossos ideais, a nossa visão de futuro e a nossa recordação de passado são feridas e parecem desvanecer num novo mundo com muito pouco de admirável e até, quem sabe?, de... novo. E no tormento desse vazio, bem no seu centro, está a angústia de nunca se ter feito a mais elementar despedida, do mais elementar humanismo, de nunca se ter dito um "Adeus." a quem acabou por partir assim, tão só, tão de repente...

3 comentários:

mfc disse...

Mais um dia em que se negou a humanidade...

zoninho disse...

a mudança, os ciclos, o fazer e desfazer, estão-nos no 'sangue'. e nesse maquinal ciclo, os sentimentos têm uma importância muito relativizada - parte-se e pronto. nesta tragédia em concreto, o que ainda me continua a afligir é ouvir as pessoas as despedirem-se por telefone e ver a forma como se lançaram para o céu para fugirem ao fumo, fogo e calor. deve ser um sofrimento inimaginável. é desesperante.

João Roque disse...

Esta foto é arrepiante...