Muito pouco



Não se saber porquê é certa e consistentemente um dos sentimentos mais absortos que se podem experimentar. E cada um bem saberá o quão bipolar esta sensação de ignorância se pode tornar, das tantas tonalidades que o seu sabor se pode pintar. De qualquer forma, o tom aqui é bem mais ligeiro... 
Não tenho por hábito responder aos comentários que me enviam. E nesse aspecto até tenho sido bem ingrato: muitos foram os que conseguiram encandear um sorriso onde só às escuras se podia ver. Outros, embora compreensivelmente menos, conseguiram até mudar qualquer coisas nestas arestas tão mal polidas, como só a "dos homens que se constroem a si mesmos", como certa vez também dessa forma se falou. Isto vindo de alguém tão egocêntrico pode muito bem constituir uma vitória pessoal para esses autores. Irrelevante, bem sei... Gostaria de acabar este parágrafo numa onda bem kisht mas, sinceramente, nomear algo tão sem graça de homenagem é incorrer de uma irresponsabilidade que não me agrada nem um pouco. Mais: "essas coisas não se pagam". Não mesmo... 
De qualquer forma, e retomando o fio entretanto desprendido, um conjunto de acontecimentos casuais veio a mostrar-me que realmente julgamos o livro pela capa. E enquanto nos martirizamos por isso, nesse sentido democrático para tantos preso à infeliz ideia do "tem-que-ser", somos alvo dessas mesmas apreciações. Vejam só: o mundo realmente gira! Tudo o que vai, regressa. Parece que blogosfera e meia pinta esse quadro de umas tonalidades escuras, cremes e básicas que poderia muito bem ser qualquer pessoa... menos eu. Aliás, já toquei estas notas numa canção perdida por aí a baixo mas, como tantas outras vezes, parece que "ninguém se tocou". 
E o melhor disto tudo é que se escreve um texto com uma imensidão de caracteres, floreia-se com palavras ditas caras (soubesse eu falar de outra forma...) para se acabar a pensar: "Mas isto tem algum interesse?" A verdade é que tem. O que dizem de nós também é reflexo daquilo que somos. E nunca queremos ser menos... Aprendemos a seleccionar, a sintetizar, porque são muitas as pessoas e muito forte a sua capacidade de tanto nos fazerem felizes como de nos magoar. E essa força desconheceremos para sempre, mesmo depois de a provar-mos... Mas enfim, neste caso concreto, tudo me importa pouco, pouquinho, pouquíssimo. Seria muito pedir que lessem este blogue sem essa marca derrotista e depressiva com a qual tantos o transformam? É só porque o bolo entretanto ficou pronto e, como tal, para já não posso estender-me em mais pedidos. Acho que fermentou demasiado...

3 comentários:

Se7e disse...

uma coisa leva a outra....

ou como diziam os gregos, não os bonitos, mas dos que pensavam: "A maneira mais fácil e mais segura de vivermos honradamente, consiste em sermos, na realidade, o que parecemos ser"... mas sinceramete, não sei se isto tem haver, sentido, encontro, conjugação, com o que dizes.

abc

mfc disse...

Um post longo mas que me prendeu.
Levedado demais?! Acho que não!
palavras corridas ao sabor do que se sente!
Um blog só pode ser um grito de alma!
Foi isso que vi aqui.

João Roque disse...

Sem comentário, hehehe...
Gostei!!!