Quem por mim passa deixa sempre um punhado de palavras. Sempre. Independente da distância que nos separa do último encontro. Dos dias. Das horas. Dos minutos. Das vidas. E naquela imensa necessidade de comunicação descubro um enorme problema de expressão. Entre as palavras tantas vezes amargas ou as tão carregadas de eufemismos, aquilo que nas entrelinhas a mim se atira são queixas de uma vida que se quis mas nunca se teve. De um ser que nunca foi. De um pensar que nunca se fez sonhos e de sonhos que nunca se fizeram realidade. É um problema que nem essas próprias pessoas se apercebem que têm em mãos, que delas lhes escapa como o vento.
Quem passa por mim raramente deixa mais do que palavras. E as que deixa raramente reluzem. No final do dia não sei com quem falo. Só sei que quando passar por si, não quero que se lembre deste texto... E quando aquela música toca, aí sim. Aí eu me recordo de mim.
2 comentários:
Interessante, gostei. Lembrou-me uma frase do Charlie Chaplin: "Cada pessoa que passa na nossa vida passa sozinha e não nos deixa só porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós."
P.S- Reparei que tinhas no perfil "O Principezinho" como livro favorito. Quando li na escola há uns anos não percebi mas mais tarde senti necessidade de voltar a ler e gostei muito.
Há sempre um clic que nos traz de novo para a vida!
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