...da mesma forma que lá estive.

O hábito de certos actos faz-nos esquecer das suas consequências. E enquanto isso, o mundo gira, pessoas vêm e vão, vêem e não são, fazem e nunca pensarão. E quando somos uma dessas pessoas, reparamos como certas perguntas mereciam, afinal, respostas. Depois de as adiarmos, de as esquecermos e de as acreditarmos inúteis, acordamos um dia com o início dessa resposta feita numa... pergunta.
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Ontem fui um dia pródigo em descobertas neste mundo cada vez menos virtual. Das várias coisas que li, dificilmente me lembrarei de uma frase completa. Porque enquanto lia, escrevia nas entrelinhas um conjunto incoerente de questões que até agora me haviam passado despercebidas... Quando usufruímos desta liberdade imemorável de exposição, parece que perdemos em humildade o que ganhamos em presunção. Muita gente certamente nem perdeu nada disso. Porque não se pode perder algo que nunca se quis ter... Mas adiante: ter um espaço próprio na Internet não é nem nunca será sinónimo de superioridade, nem mesmo de intelecto. Este mundo pode muito bem estar tão heterogéneo como o que consigo, a bem ou a mal, coexiste. Venham os heterónimos e os pseudónimos que vierem. 
Ontem, das várias coisas que li, encontrei verdadeiras relíquias mas também demonstrações quase explicitas de uma esquizofrenia danada por reconhecimento público de quem não se reconhece a si mesm@, por pareceres que nunca rivalizarão com os seres e até um desesperado parasitismo de quem não consegue ver a vida quanto mais olhar-se ou ver-se a si própria. Aqui como "lá fora" há um depravação e uma deturpação de valores que assusta e desampara.
Ao chegar a este ponto do meu texto, não posso deixar de me sentir um verdadeiro moralista hipócrita. Todos temos falhas, é certo. E todos temos o direito de sermos o que quisermos, sem dúvida. Mas postular apenas isto, amig@s, é libertinagem. É essa figura nebulosa que augurará sempre ser liberdade, confundindo-nos. Mas há sempre limites. Quando agimos assim, tão sem responsabilidade e carácter, expomos-nos mas não somos livres. Somos pássaros presos na nossa própria gaiola. E a cada crítica, mostramos a verdadeira massa que nos compõe... 
Assim, aqui o moralista aconselha a que, no que quer que façam, sejam vocês propri@s: que pensem e acreditem no que fazem, que vistam a pele do outro e se julguem assim. Que esperem as críticas e que as valorizem quando forem construtivas... Mais: que critiquem! Que não se deixem levar por uma anemia de pensamento porque o outro também precisa que o critiquem, que poucas mais formas haverá de se crescer enquanto pessoa... O "não sou nada nem ninguém" não existe! Eu tenho as minhas falhas e não aceito tudo o que tenho e que de mim faz parte. Não digeri bem muitas das coisas que a vida me mostrou e até já acreditei ser perfeito. Tenho muitos defeitos e pouco orgulho em muitos deles. Mas não precisei de sentir os joelhos no chão vezes demais para perceber o quão errados podemos estar. Custou, mas aqui estou eu a escrever para mim e para ti, sejamos nós o que quer e quem quer que sejamos... Na mesma medida, não esperem que me cale nem que não erre. E sintam-se à vontade para apontarem o dedo nessa altura. Eu cá estarei...

10 comentários:

paulo disse...

"Quando usufruímos desta liberdade imemorável de exposição, parece que perdemos em humildade o que ganhamos em presunção."

E tens toda a razão no diagnóstico que fazes. Em todo o caso, o ambiente é propício às máscaras. Claro que isso nada tem de positivo, mas às vezes também precisamos delas para sobrevivermos, e até porque não somos perfeitos - como todos já alguma vez achámos que fomos. De qualquer modo, não é o que defendo, não é o que advogo para mim. Lamento que haja pessoas assim que valorizam mais a máscara que a essência.
De resto, grande texto, como sempre!

Anônimo disse...

Acho que se nós fossemos sempre nós próprios das duas uma, ou o mundo era algo muito melhor ou era um completo caos.

mfc disse...

Registei com agrado a expressão "anemia de pensamento" que diz muito nos tempos que correm!
Um abraço pelo texto e pelas ideias.

Sílvia Pereira disse...

Olá Nelson!

Muito obrigada pelos teus comentários!

BEijinhos*

Unknown disse...

Deves-te achar muito inteligênte para vires ao meu blog criticar as situações deste mundo que eu acho horriveis,eu não tenho caras nem quero ser famosa sou o que sou,não me conpares a outros bloggers que só querem é fama pois eu não sou uma delas.

Anônimo disse...

lan party

João Roque disse...

Um texto como tantos outros da tua autoria, que nos faz reflectir sobre nós mesmos; e como isso é fundamental...

Anjo De Cor disse...

Excelente texto que nos faz pensar... gostei muito ;)
Beijinhos*

MaR disse...

Eu vim aqui comentar mais um maravilhoso texto e depois deparo-me com um bónus em forma de "comentário-anedota" :P
Adorei mais uma vez as tuas palavras!!!

Beijo amoreeeee*

Sérgio disse...

belas ideias para refletir.