*"They can try but they can't take that away from me"
Mariah CareyPor muito que tentemos esgotar as hipóteses daquilo que pode acontecer numa determinada altura da nossa vida, será sempre muito mais provável sermos surpreendidos do que correspondidos. Foi assim que me senti no "Ídolos", onde as longas esperas foram demasiado curtas em relação ao que aprendi... No entanto, não vos vou fazer um retrato exaustivo de tudo o que se passou. Não que isso me traga quaisquer dissabores ou que vocês queiram saber (acreditem, seriam muitas linhas de pouca história) ou mesmo que não possa por razões contratuais. Sim, existe um contrato de cedência de imagens para os participantes onde sobretudo se veta qualquer direito de resposta. De qualquer forma, aquilo que vos venho contar sobre os ídolos é um relato parcial e preso a minha própria vontade de fazer uso de um direito (o da liberdade de expressão) que me assiste circunscrito a uma única palavra: sempre.
Em primeiro lugar um slogan pessoal: "Se gosta de cantar, tem uma paixão enorme por musica, se gosta de fazer sentir... não apareça nos Ídolos ou similares!"
Segundo, a história em si: o primeiro dia reservou-me uma espera de dez horas. Depois, é-se ouvido pela equipa de produção, perdão, júri. Este júri, cujo conhecimento de musica é o expectável, passou-me depois de seis musicas cantadas a pedido dos próprios. Fui entrevistado sobre a minha vida privada e, este o momento mais bonito, saí do auditório abrindo uma grande porta com O papel de passagem na mão. A histeria foi o acolhimento perfeito...
No segundo dia, mais um punhado de horas à espera. Mas quem espera sempre alcança. Ou assim eu acreditava. Os seleccionados eram cada vez mais escassos com o avançar das horas. Chegada a minha vez, entrei, sorri, cantei e... vim embora sorridente mas sem nada na mão. O júri, o supostamente verdadeiro, concluiu que eu estava "extremamente mal vestido" o que era "prejudicial para a imagem que eu queria passar", que era "um Alto mas muitíssimo desafinado", que "não fazia falta ao programa", frase esta que serviu de banda sonora ao triste acto de me rasgarem o papel de passagem na cara. A minha reacção foi só uma: sorrir.
Passados uns quantos dias, apercebo-me que talvez o intuito fosse fazer-me chorar ou exaltar ânimos: ambas reacções seriam sinónimo de que se queria mesmo continuar no programa. Esqueçam, preferi a lição de civismo a entrar nesses jogos pequeninos de psicologia para tolos. A vocês, leitores, fica o direito de duvidarem. E aceito que o façam desde que não deixem de me dar a oportunidade de me defender no terreno: venham ouvir-me cantar. Para além de tudo, acreditem: eu dei o meu melhor e isso foi ser incrível. Mas a partir daí tudo foi surreal. Poucos dos melhores seguiram em frente, num gesto que diz bem o que se passa na musica em Portugal. Acreditem que aqui, acima de tudo, invertem-se papeis: são os talentos que vão ter de continuar a procurar um programa.
Mais: duas (outras?) grandes vozes houve que vieram embora ora porque os seus "tiques duvidosos, efeminados" confundiam o júri e não podiam ser tolerados "num programa decente" ora porque se perguntava se a concorrente queria "um varão"... Ah, e depois temos os que passam a cantar Alexandre Pires, salvos pelos terços...
Desilusões aparte, fica o juramento de que me encontro equilibrado emocionalmente. Acontecesse o que acontecesse, tinha sempre presente a crença que não desvanece. A de que*
Em primeiro lugar um slogan pessoal: "Se gosta de cantar, tem uma paixão enorme por musica, se gosta de fazer sentir... não apareça nos Ídolos ou similares!"
Segundo, a história em si: o primeiro dia reservou-me uma espera de dez horas. Depois, é-se ouvido pela equipa de produção, perdão, júri. Este júri, cujo conhecimento de musica é o expectável, passou-me depois de seis musicas cantadas a pedido dos próprios. Fui entrevistado sobre a minha vida privada e, este o momento mais bonito, saí do auditório abrindo uma grande porta com O papel de passagem na mão. A histeria foi o acolhimento perfeito...
No segundo dia, mais um punhado de horas à espera. Mas quem espera sempre alcança. Ou assim eu acreditava. Os seleccionados eram cada vez mais escassos com o avançar das horas. Chegada a minha vez, entrei, sorri, cantei e... vim embora sorridente mas sem nada na mão. O júri, o supostamente verdadeiro, concluiu que eu estava "extremamente mal vestido" o que era "prejudicial para a imagem que eu queria passar", que era "um Alto mas muitíssimo desafinado", que "não fazia falta ao programa", frase esta que serviu de banda sonora ao triste acto de me rasgarem o papel de passagem na cara. A minha reacção foi só uma: sorrir.
Passados uns quantos dias, apercebo-me que talvez o intuito fosse fazer-me chorar ou exaltar ânimos: ambas reacções seriam sinónimo de que se queria mesmo continuar no programa. Esqueçam, preferi a lição de civismo a entrar nesses jogos pequeninos de psicologia para tolos. A vocês, leitores, fica o direito de duvidarem. E aceito que o façam desde que não deixem de me dar a oportunidade de me defender no terreno: venham ouvir-me cantar. Para além de tudo, acreditem: eu dei o meu melhor e isso foi ser incrível. Mas a partir daí tudo foi surreal. Poucos dos melhores seguiram em frente, num gesto que diz bem o que se passa na musica em Portugal. Acreditem que aqui, acima de tudo, invertem-se papeis: são os talentos que vão ter de continuar a procurar um programa.
Mais: duas (outras?) grandes vozes houve que vieram embora ora porque os seus "tiques duvidosos, efeminados" confundiam o júri e não podiam ser tolerados "num programa decente" ora porque se perguntava se a concorrente queria "um varão"... Ah, e depois temos os que passam a cantar Alexandre Pires, salvos pelos terços...
Desilusões aparte, fica o juramento de que me encontro equilibrado emocionalmente. Acontecesse o que acontecesse, tinha sempre presente a crença que não desvanece. A de que*
Um beijinho enorme à prima M., pelo apoio incrível!
3 comentários:
Gostei imenso de, pela primeira vez, sentir as sensações de quem vive esses momentos; nada do que contas me surpreendeu, antes pelo contrário...
Decerto não estarás arrependido da experiência, pois "aprende-se" sempre alguma coisa...
Abraço.
Oh meu amor, um dia brilharás para o mundo como sempre brilhaste aos meus olhos (e ouvidos, claro!).
Sempre aqui para ti, meu priminho do coração***
Claro que quando conhecemos os bastidores ficamos sempre desiludidos, porque, para além das caras lindas e fofinhas que choram e fazem beicinho e dos autênticos 'cromos', há pessoas que não interessa passar...
Ficamos triste por não te darem uma oportunidade, mas pelo que me pareceu, isto foi mais um estímulo do que um facto de desistência!
Beijinhos e continua a (en)cantar
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