Espelho de alma


Quando o fomos, não o fomos de verdade. Eu vivia de ilusões e inocência, tu buscavas sonhos e pureza. De sentimentos e de espírito. Pisamos o chão da ironia numa caminhada de mãos dadas: julgávamos os objectivos de um os mesmo de outrem. E sorriamos cúmplices por entre olhares cheios mas cegos.
Os momentos multiplicaram-se. Os sentimentos também. Veio o dia em que decidiste dar um paço em frente. Propuseste-te sem medos nem receios, em declarações lindas. O que veio a seguir surpreendeu-te tanto como o teu último gesto me deixara sem amparo. A minha ilusão findara e da inocência fez-se medo. Agi consumido pelo calor do momento: assumi os meus erros em fazer-te acreditar no vazio, cortei os laços que nos uniam e parti para o desconhecido. Dessa feita e para sempre... sem ti.
Sem remediar o erro, tenho consciência de que contribuí para uma cicatriz profunda.
Mas, a noite veio e ressuscitou a memória e a saudade por aqueles que partiram... e que deixamos partir. Aqui, ao relento de um luar terno, faço confissões sem tempo: gostava que voltasses porque, todo este tempo volvido, ninguém mais me tratou de tal forma. Obrigado.

5 comentários:

peter_pina disse...

tiveste medo de k =? de ser feliz?
nao tenhas medo de ser feliz!

hj ainda nao é tarde, nunca é tarde! keres k volte? volta tu! corre tu! vai!....

JS disse...

Estava com saudades tuas!

Um abraço*

João Roque disse...

Que bom reler-te...
Mas num post tão sensível, como triste.
Quem sabe se haverá um reencontro; não será impossível...
Abraço.

najla disse...

Lindo este texto. Sentido ou não, é de facto muito bonito!
Obrigada pela visita! Já tinha saudades tuas!
Um beijo

Anjo De Cor disse...

Bonito de se leer ;)